sexta-feira, 25 de setembro de 2009


4 comentários:

Walter Pax disse...

O teu irmão, que Deus o tenha, tinha toda a razão Moacir!Se a gente ouvisse com mais atenção...eu também não ouvi o meu e agora sou eu quem tá morrendo!Ele é advogado.

Moacir Martins disse...

Não sei o quanto de sarcasmo existe em teu comentário, mas a questão é diferente de Shakespeare "Ser ou não ser?" "somos" e como lidar com o que somos? Porque sabemos que "somos". Fora disso estamos fadados a sermos eternamente incompletos, quanto a fatalidade que foi vitimado o meu irmão, havia uma energia muito mais positiva no caminho que tentei incentivar, ele foi assassinado de uma maneira estúpida em uma trilha que o levou a autodestruição. Falamos de falta de grana, de falta de respeito, nos desenhistas, mas me diga: Há como calcular o valor da sensação de se comseguir expressar exatamente o que se quer, ou sermos surpreendidos por nossos traços revelando-nos dimenções que sequer imaginavamos? De mais a mais é a burocrácia infernal da vida que mesmo o advogado ou o doutor tem que enfrentar. Desculpe se fui muito pedante.

Walter Pax disse...

Longe de ser pedante Moacir.Acho importantes as implicações profundas que a vida que escolhemos nos imprime.Não quis de maneira alguma desrespeitar a perda que tu sofreu e sequer ouso imaginar o quanto isso tenha te atingido como irmão e como artista.Tenho tirado bastante sarro dessa nossa situação precária, justamente por que vivemos num mundinho cheio de burocracias e de pessoas que querem te comer vivo, pra que tu não roube o lugar delas.Tenho andado bastante frustrado com isso e por isso mesmo tão amargo.Mas valeu pelo toque e realmente, quando não tenho nada nem ninguém a quem recorrer, é na minha arte que eu busco socorro, mesmo que ela não venda milhões nem coloque o meu rostinho no "top dez" dos desenhistas mais queridos do mundo.Entre ser advogado ou um desenhista bundão como os milhares que eu vejo por aí, rastejando e lambendo botas por uma chance de aparecer na Wizard, eu prefiro ser eu mesmo.Estamos na luta! Abraço, nego véio.

gibiliga disse...

Uau! Conferi "dimensão" no dicionário, só para soletrar..
Eu ia falar para ver o último post do Rodrigo Rosa, e encontro outro comentário do Walter aqui, mas devidamente puxado para a conversa na real, para além da esgrima de pincéis, do manejo que eu ia lembrando terem mudado tanto com as parcerias e também com as experiências de serviços com taxímetro ligado, canchas especialmente ligadas em repertórios expressivos da massa de mídia que era imprensa. Oxalá esse traquejo que vocês demonstrem sirva abrindo caminho a fases de consistência, se não consonância, consequentes e tudo mais, vá pintando e se derramando por mais páginas e páginas feito aquelas do Rodrigo que em algo de clima e cena muito me lembrou trabalhos teus, Moacir, creio que já postados por aqui, até. Pedante poderia ser eu pretender um conceito conciliatório, uma ponderação sobre essa luta por postos que sequer existem ou foram bem projetados, aqui vejo mais partilhas de experiências estéticas de colegas que buscam respeito. Mas pelo que lembro, essa trilha de autodestruição foi interrompida por uma intervenção destrutiva ainda maior, de um exterior, somada à negligência das autoridades que teriam, talvez, oportunidade de salvar uma vida que se esvaía em sangue. Páginas escritas em sangue, diria Nietzsche das "Memórias do Subsolo", de Dostoiévski. Quanto nós temos para aprender? Até quando?? Questões que não querem calar, ainda que tomem riscos de entornarem um tom ou mesmo silêncio. Ah, é tão difícil o Walter não me achar pedante??? É tão difícil insistir com as letras???? Aí já são outras milhagens. Demorou. Fui.