domingo, 3 de janeiro de 2010
Em 2007 Eu era ouvinte assíduo da Fm Cultura
aqui De Porto Alegre, principalmente do programa
Conversa de Botequim, onde ouvi pela primeira vez
Caio bassitt um paulistano que me deixou muito
muito impressionado principalmente com a música
Vinho de Dionísio.
Vinho de Dionísio
Vou lhe mostrar como se causa um prejuízo
E Jesus Cristo haverá de perdoar
Eu aprendi com o vinho de Dionísio
Que o juízo serve só pra incomodar.
Se for preciso eu confesso o meu segredo
O excesso é o medo que eu gozo por temer
Um dia desses vou pegar você no braço
E mostrar o que é que eu faço com meu corpo a ferver.
Pra dar início vou despir seu psiquismo
Manipulando sua mente sem razão
Talvez usar um pouco do seu masoquismo
Te lambuzar com sangue de menstruação.
Depois passar a língua entre os seus seios
Vasculhando seus anseios, te ensopando de prazer
E vou causar uma revolução francesa
Com suas velas já acesas e seus lábios a gemer.
Vou te jogar numa parede bem gelada
E arrepiar seus pelos com o meu calor
Descer com a boca até sua coxa ainda acanhada
E te encharcar como um viril vibrador.
Ainda insana vou te arremessar na cama
Como a mais fogosa dama do filme mais proibido
Desjejuada, mas com um pouco de vergonha
Você despedaça a fronha e liberta a sua libido.
Então te aperto como o urso mais louco
Depois te rasgo como o navio rasga o mar
E salivar sobre o seu corpo feito lobo
E como rato te roer até sangrar.
E te morder bem forte até chegar no osso
Lamber todo o seu pescoço e seu conceito ensurdecer
E como eu sei que nada você tem de santa
Ejaculo na garganta pra você aprender a viver
E digerir com os meus órgãos os teus planos
Que não passam de enganos que sua mente converteu
Mas tudo isso com o mais doce carinho
Pois você é um passarinho que do ninho renasceu.
Identifiquei-me muito com o trabalho de Caio
e resolvi me corresponder com o cara,
não acreditando que teria uma resposta.
Como ele respondeu o meu email
em seguida enviei o texto abaixo
e anexei três letras minhas que seguem.
("Não Vou", inclusive, já avia postado aqui)
A resposta eu não tenho mais, mas
foi bastante positiva.
Oi, Caio, sou o Moacir, o cara que ficou embasbacado ontem com o Vinho de Dionísio. Quando ouvi as tuas composições me identifiquei muito. Sou completamente apaixonado pelo samba ancorado na época de Noel Rosa, tanto que quando li uma biografia dele a uns anos atrás, fiquei tão empolgado que criei alguns sambas inspirados nos daquela época e peço que me desculpe a pretensão, pois não sou músico, nem entendo nada de música, nem toco algum instrumento. Sou um Quadrinista que ganha a vida Fazendo ilustrações, que foi enfeitiçado pelo espirito daquela época em que um negro analfabeto morador dos morros do Rio de Janeiro conseguia compor maravilhas.
Abaixo vão dois sambas que criei e uma outra música que acredito estar mais para um bolero, as melodias só existem na minha cabeça.
NÃO VOU
Não vou para o meio deles, não vou
Cheio de trapos e decepções
Carrego dentro de mim um acido
Que pode corroer suas palavras e esculhambar
a sua diversão
Não vou, não vou por que
ninguém vai entender
aquilo que eu faço pra sobreviver
E não gosto de interrogatórios
Nem tenho paciência
pra comentários simplórios
Nem bem sucedido
Nem muito vivido
Nem descontraído
Pouco esclarecido
Mas tenho boa intuição
E é por isso que eu não vou
(refrão)
PREVIDÊNCIA
Quem quer
guardar dinheiro
pro nada
Que guarde então
Que o nada então
Seja a razão
da sua existência
Que compre um futuro
Se sinta seguro
Tenha muita paciência
Que depois, bem velhinho
terás um lugar bem garantido
no fundo da fila da previdência
no fundo da fila da previdência
...QUE TE ESPERO
Será que te espero
E não sei que te espero
As vezes pondero
E nada me faz crer
Será que ainda não te esqueci
Serás um fantasma
Assombrando meus dias
Me tiraste de tudo
Já nem tenho alegria
Nem sequer sabia
Que tanto mau
Irias me fazer
E será que sozinho
Enfrento o caminho
E meu desespero
Talvez me faça entender
Que a vida desperta
E se passa depressa
Não vale a pena ter pressa
Talvez um dia
Ainda possa esquecer
Mas ainda te espero
Tanto me causa dor
Apalavra induz-me
A matar-te
Em meu poema de amor
terça-feira, 29 de dezembro de 2009
sexta-feira, 4 de dezembro de 2009
No final do ano passado eu convidei Edgar Vasques para escrever o prefácio para "O Garoto no escafandro," álbum de quadrinhos idealizado por mim e que esta concorrendo a um financiamento pelo Fumproarte da prefeitura de Porto Alegre, mas, esse não é o motivo dessa postagem. Começo citando o Vasques,por conta da importância que ele teve para seguinte série de desenhos que inicio com essa postagem. Ele que me falou da importância de se treinar o traço desenhando a esmo, pelo próprio prazer de desenhar. Na ocasião eu estava em sua casa com o intuito de colher uma assinatura dele para anexar ao meu projeto. Então, pesou bastante este toque, não que eu já não tivesse ouvido isto antes, mas frente à monstruosidade de pastas e pastas deste tipo de material que ele me expôs prazerosamente, explicando os porquês de muitos de seus desenhos. Quase me senti um arrogante de merda por ter dito momentos antes que eu me via basicamente como um narrador gráfico, que só me sentia compelido a desenhar se fosse para uma história em quadrinhos. Depois disso veio a Picabu, o Viñetas Sueltas, a Tuca Confeitaria. Com a revista Picabu os quadrinhos voltam a tomar um lugar de extrema importância na minha vida. Com o Viñetas Sueltas (festival de quadrinhos independentes em Buenos Aires onde lançamos a Picabu) debuto nos ares de um pais estrangeiro: primeira viajem de avião; primeira viajem para fora do pais. Com a Tuca Confeitaria, o lastro para bancar todas essas realizações. Atendendo no balcão da "Tuca Confeitaria" pequena confeitaria que minha esposa montou assim que cheguei de Buenos Aires foi onde relembrei o conselho do Vasques, e não é que as horas de ócio renderam belos desenhos, estudos de grafismos, HQs, inclusive uma série desenhos que não consegui dar um nome, dada a minha incompetência nesse quesito. É certo que tudo isso vai estar por aqui na seqüência, também não posso perder essa oportunidade de agradecer ao velho Vasques pela influência positiva que sempre exerceu sobre meu trabalho.
Desenhos com algumas intervençôes de minha filha Gabriela, feitos na folha de ofício
onde eu anotava os preços das mercadorias.
sábado, 28 de novembro de 2009
Existe um grande conforto dentro de seu íntimo. Não precisa de desculpas para existir, se basta. Quando fica sozinha não olha para o nada, olha para o quarto, vê roupas jogadas pelo chão, nem em sonho irá deixá-las ali. Vai preparar algo para dar agilidade ao seu dia a dia. Não precisa pensar em si mesma, não tem o porquê. Vai se maquiar. Vai sair. Não tem mais sentido ficar sozinha. As coisas no seu lugar. A chave tranca a sua propriedade, abre o veículo de bancos macios, de trafegar macio e guia. Liga a música macia e se perde de si mesma, esta longe. Outra música, outra música. O sol se pondo, longe, longe, longe. Ninguém mais a viu, não era talhada para esse mundo.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
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